Por mais clichê que às vezes – quase sempre – isso pareça, cada dia é um aprendizado. E, incrivelmente, estou observando que, sim, é verdade, nós aprendemos observando os outros.
Por acasos do destino (?) cheguei a lugares que nunca imaginei que um dia estaria e conheci pessoas absurdamente maravilhosas e outras tão – contrárias àquelas – desumanas, de todas as cores, idades e tipos; e nessas primeiras viagens pela vida o que mais me chocou foi ver como o ser humano é totalmente composto de sentimentos, muito mais do que células, tecidos e ossos. Basta algo acontecer para nos sentirmos as pessoas mais felizes do mundo ou as mais tristes e desgraçadas.
É uma pena que para alguns esses tipos de acontecimentos, que turbilham os pensamentos e mudam a vida, se sucedam mais cedo e, não compreendendo o verdadeiro sentido da palavra justiça, foi isso que presenciei. Uma menina lindamente doce, simpática, simples - assim como resumi-la, de tão querida que é. Palavras me faltam na hora de traduzir o quão foi triste vê-la mal; porém, o pior foi saber o que a havia deixado naquele estado. Podemos estar no século XXI, mas continuamos a cometer as mesmas barbáries de antigamente; e, ainda por cima, constatei novamente o que já virou convicção e talvez até um outro clichê para mim: as pessoas surpreendem. Todas. Sempre. Em algum momento, surpreendem e, por mais que eu saiba disso, fiquei muito mobilizada e sem maiores reações.
Um pai querer esfacelar a integridade da própria filha. Foi isso. Sempre tão presente naquele momento difícil de recuperação dela, que freqüentava os grupos multifamiliares e as terapias de família. Aquele que discursava dizendo que éramos jovens demais para termos problemas como aqueles e que deveríamos desfrutar ao máximo da nossa vida. Esse mesmo. Tentou aproveitar-se daquela frágil garota e tirou para sempre aquele brilho nos seus olhos que cativava a todos. Tenho certeza de que ela ficará bem, é forte, guerreira; entretanto, essa marca estará eternamente na sua vida, nos seus sentimentos. Mexe-se com eles cedo demais, tira-se a alegria e a pureza do começo da juventude. Simplesmente, doloroso. Absurdamente, frágil.
2 comentários:
Os traumas e medos são criados por nós mesmos. Cabe a própria pessoa ser agente da própria mudança e racionalizar um pouco mais a vida. Um equilibrio entre a racionalidade e o lado emotivo faz com que possamos deixar a cicatriz para tras e possamos viver novas experiências que ajudem a fechar a cicatriz.
Fato é que talvez precisamos desses momentos ruins para desenvolver nossos valores e concepções e colhermos frutos melhores no futuro. O choque entre os extremos nem sempre é ruim...
vc eh simplesmente brilhante!!
cada dia me surpreendo mais contigo
bjus =***
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