quinta-feira, 19 de julho de 2007

Bicicletas à parte...

Era um típico dia de primavera aquele em que eles viajavam. Um luar brilhante e muitas estrelas no céu. Aquele final de semana prometia ser muito bom, especial. Toda a família reunida. Pai, mãe, sua irmãzinha e seu cachorro Dex. Fazia tempo que não ficavam assim, unidos.

Duda estava cansada de tanto estudar para passar no colégio militar de sua cidade, conciliava o cursinho com a escola e só voltava à noite para casa. Então aquela viagem em família havia caído dos céus em uma ótima hora para ela descansar.

A família foi para a praia na sexta-feira à noite. Sábado, logo cedo, Duda convidou seu pai para pedalar na beira do mar. Ela adorava pedalar, sentir o vento frio no rosto, principalmente sobre as areais brancas da praia. Nada melhor para relaxar. Então foram os dois. Fazia tempo que ela não ficava assim, tão perto de seu pai, numa relação de tamanha cumplicidade. Estava feliz. Às vezes, chegava a pensar que o pai não se importava com ela, pois ele estava sempre trabalhando, viajando. Era um homem muito ocupado.

Então eles começaram a brincar, ver quem pedalava mais rápido e o tempo ia passando. Ambos se divertiam muito. Passavam pelos pescadores, pelas conchas e até das ondas fugiam, pois estas insistiam em bater nas rodas da bicicleta. Que começo de dia maravilhoso.

Voltando para casa, preferiram ir pela avenida, pois, já cansados, perceberam que o vento estava muito forte e ia ser cansativo voltar pela beira da praia. E então foram, apostando corrida pra ver quem chegava primeiro, divertindo-se, quando Duda atravessou a avenida num ato instintivo e somente viu um carro se aproximando, várias lembranças passando pela sua cabeça, como se tudo acontecesse em câmera lenta. Ela fechou o olho e pedalou o mais rápido que pode, quando, de repente, ouviu um grito de amor. Era seu pai. Aquele mesmo que, às vezes, ela achava que não se importava com ela.

Então pensou nas palavras que não havia dito, nos abraços que tinha vergonha de dar e pedalou mais e mais. O carro passou. Ela ficou ali, parada, sem nenhum arranhão, pensando na vida que poderia ter acabado. Seu coração pulava freneticamente e ela abriu um largo e sincero sorriso ao ver seu pai ali, do seu lado. Percebeu que aquele grito que ele havia dado tinha sido do mais puro amor, amor incondicional e eterno. E não existia prova maior do que essa. Voltou feliz e realizada para casa e, apesar do grande susto, aquele realmente foi um final de semana especial, até mais do que o prometido.

6 comentários:

Anônimo disse...

q texto lindo...
fikei ateh com vontade de entrar na historia...
tah virando uma contista agora, eh?? rsrsrs
q menina versátil =]
seu "bouquet" vai ficar cheio de flores diferentes =D
bjus =***

CL disse...

sim sim,
pode me linkar,estou fazendo o mesmo!!!

sempre bom pessoas q tem bom gosto por aqui no meu café!!Bjos Srta.

Flávia disse...

O amor é assim: duvidamos que exista, até que o encontremos nas situações mais inusitadas.

Beijos!

Lia Noronha &Silvio Spersivo disse...

Gabriela: adorei suas palavras...vc é dona de uma bela história....
Abraços diretamente do meu Cotidiano...que já te linkou,ok?

Fernando disse...

Bicicletas à parte, declaro aqui meu deleite pelo escrito de domingo. (lerei sobre ela mais tarde).

Bjo

Fernando

Menina Lunar disse...

Forte, criativo, reflexivo.
Que possamos enxergar esse amor todo dia, e mais ainda, vivenciá-lo.

Lindo aqui!!

Mil beijos.